JALAPÃO: SAIBA O QUE VOCÊ VAI ENCONTRAR NA SUA ECOTRIP
Se o Jalapão está na sua lista de destinos, este post vai lhe ajudar a entender sobre o que vai encontrar na região e como aproveitar melhor a sua ecotrip. Se, por acaso, você ainda não tem ideia sobre esse paraíso turístico, quem sabe essa leitura pode despertar a vontade de conhecê-lo um dia…
Onde fica?
Localizado no leste do Tocantins, ocupa uma área do tamanho equivalente ao estado do Sergipe.
Em meio a uma natureza de multi cenários é uma região árida rodeada de oásis. Por ter uma baixa densidade demográfica – menos de um habitante por quilômetro quadrado, percorre-se longas distâncias sem que se encontre uma única pessoa, passando uma falsa ideia de se tratar de um grande deserto.
Seu tipo de vegetação – o cerrado – tem a maior biodiversidade global, com espécies raras e ameaçadas de extinção e é de grande importância para o clima mundial, como sumidouro de carbono!
Quando ir?
Apesar de ter duas estações do ano bem definidas – estação chuvosa de outubro a abril e estação seca de maio a setembro, pode ser visitado durante todo o ano. Fui em plena estação chuvosa e peguei apenas respingos de chuva localizada. Temperatura média: 30º C.
Como chegar?
A cidade de Palmas, capital do estado, é a principal porta de entrada, com vôos diários e diretos a partir de São Paulo.
Assim, recomendo cadastrar um alerta de preços nos sites de busca de passagem aérea, para não perder qualquer promoção. Fui por R$ 370 ida e volta (fev/19).
Quanto tempo ficar?
Sei que essa questão é bem relativa, mas, se puder, recomendo no MÍNIMO 5 dias no Jalapão e 3 dias em Palmas – total 8 dias.
Sugiro esse tempo pelos seguintes motivos:
– O Jalapão tem várias atrações e as distâncias entre elas, muitas vezes, são enormes;
– Possível flexibilização no roteiro para um melhor aproveitamento, de acordo com o clima;
– Conhecer quantos fervedouros puder, porque cada fervedouro é único, um diferente do outro – discordo da teoria de visitar somente 3 para não ficar repetitivo;
– A região de Palmas é linda, uma agradável surpresa!
– É indicado contar um dia para chegada e outro dia para a partida.
Eu fiquei 10 dias no total e poderia ter ficado mais para explorar as imediações, como Porto Nacional, uma cidade histórica e Lajeado com suas praias de rio – a 70 km e 55 km de Palmas, respectivamente.
Precisa de agência de turismo?
Sim, é o mais recomendável, pois…
As agências disponibilizam carros 4×4 confortáveis e climatizados com serviço de bordo (bebida e lanche), além de providenciarem as pousadas e refeições.
Apesar de preferir definir eu mesma os roteiros das minhas viagens, gostei bastante da experiência de ser conduzida e ainda levantei as mãos para os céus, por não ter que providenciar nada ali. A logística precisa estar bem alinhada porque as distâncias são enormes!
Quando fiz a pesquisa escolhi uma agência que tem uma proposta de turismo sustentável, idealizada pelo biólogo proprietário e guia na expedição. Eles foram muito atenciosos desde o primeiro contato e ainda me ofereceram o melhor custo/benefício. Link aqui
Dica 1: ANTES de definir o período da viagem, verificar com as agências as datas de saída para as expedições. Não tem todos os dias!
Dica 2: Se o guia da expedição propor alguma alteração no roteiro, vai na fé! Ele sabe, de acordo com a característica do grupo, a melhor atração para visitar e não medirá esforços para proporcionar uma experiência incrível.
Dá para ir por conta própria?
Sim, porém…
Mesmo quem possui um carro 4×4, pode passar perrengue nas estradas arenosas do Jalapão. Além de quase não haver sinalização, tem trechos com espaço para passar apenas as rodas do carro! É tenso! O sinal de celular para qualquer emergência no caminho é raro!
De qualquer maneira, registrei os trajetos da minha expedição no aplicativo Strava, para ajudar a quem quiser se aventurar!
Que atrações escolher?
Aqui estão as mais visitadas, mas é claro que o roteiro da expedição vai depender da quantidade de dias que se contratar.
– Lagoa do Japonês
A lagoa de tom azul-turquesa e suas grutas misteriosas, fica no município de Pindorama do Tocantins, a 225 km de Palmas, fora do eixo onde se concentram as atrações. Por isso, tira-se um dia inteiro para a visita, levando-se em conta o trajeto de ida e volta. Vale muuuito à pena! É imperdível!
– Tirolesa Vôo do Pontal
No distrito de Taquaruçu, o vôo pelo Vale do Sumidouro a 380 m de altitude é uma boa pedida para iniciar ou finalizar um dia, com uma dose de adrenalina na medida! Com os equipamentos certificados internacionalmente, é a maior da região Norte, com 1.300 m de extensão. Essa é uma atividade opcional com custo extra de R$ 100.
– Cachoeira do Lajeado
As rochas avermelhadas em forma de degraus ou lajes, é a origem do nome dessa reservada cachoeira. Como ainda não é explorada comercialmente, o acesso ao poço é no estilo “raiz” descendo um pequeno barranco pela vegetação. É uma cachoeira para chamar de sua!
– Cachoeiras Roncadeira e Escorrega Macaco
Se localizam em Taquaruçu, um distrito que fica no caminho para o Jalapão. Como é perto de Palmas e são muito concorridas, dá para programar a visita em um dia fora do período da expedição, como eu fiz. No horário que nossa turma chegou, o estacionamento estava lotado de carros e decidimos seguir a sugestão do guia para prosseguirmos adiante. Fomos recompensados com uma atração exclusiva, uma outra linda cachoeira, só nossa!
– Pedra Furada
O imponente bloco de arenito colorido e esculpido pela ação do vento, formando fendas que parecem portais, é um convite à contemplação do pôr do sol.
– Cânion Sussuapara
Mistério e encanto definem esse lugar! Paredões por onde mina água límpida em meio a uma cortina de vegetação, córrego com água cristalina e uma pequena mas potente cachoeirinha no meio da rocha, que oferece uma massagem relaxante. Uma experiência de cores, luz e energia!
– Quilombo Rio Novo
É interessante a visita a uma das comunidades remanescentes do tempo dos escravos. Além do artesanato fabricado com o capim dourado, encontra-se também uma variedade de sabores de sorvetes feitos das frutas regionais.
– Prainha do Rio Novo
Uma doce prainha e uma parada estratégica para se refrescar, antes de prosseguir com a programação.
– Dunas do Jalapão
O principal cartão postal do Jalapão é um verdadeiro contraste no meio do cerrado! Os tons dourados de suas areias se destacam em meio ao azul profundo do céu e sua aridez se mistura com a umidade de uma vereda existente ao seu redor. Simplesmente fabuloso!
– Serra do Espírito Santo
Subir os 700 m de trilha com ascensão de 250 m, ainda sob a luz das estrelas para ver o sol nascer, é um desafio de baixo risco e muito gratificante! Vale investir disposição e um custo extra de R$ 100 por essa experiência!
– Cachoeira do Formiga
Sabe aqueles parques da Disney, lindíssimos, fabricados artificialmente com cachoeiras verde-esmeralda, águas cristalinas e vegetação exuberante? Pois é… nós temos também! Só que aqui é natural! A Cachoeira do Formiga é uma obra de arte da natureza!
– Fervedouros
Os fervedouros são nascentes que formam poços por onde afloram as águas em meio a areias muito finas. A primeira sensação é de estar pisando em areia movediça, mas a pressão da água impede que as pessoas afundem. A temperatura não é quente, são popularmente chamados de fervedouros porque também liberam bolhas com a pressão. Por se localizarem em propriedades privadas é cobrada uma taxa para o banho, e por questões de preservação, a quantidade de pessoas por vez é limitada, com um tempo de permanência de 20 minutos.
Sugiro conhecer a quantidade máxima de fervedouros que puder e experimentar a sensação única de cada um, porque um não é igual ao outro!
– Fervedouros: Buriti – Buritizinho – Ceiça – Macaúbas – Bela Vista – Alecrim – Encontro das Águas
– Cachoeira da Velha
É a maior em tamanho e volume de água, mas por questões de segurança, devido a pressão da água, o banho não é permitido.
– Cachoeira das Araras
É uma cachoeira aconchegante onde geralmente os grupos se despedem das águas do Jalapão, na saída do município de São Félix do Tocantins.
– Serra da Catedral
No caminho de volta para Palmas, a parada no monumento natural que tem formato de igreja é para aquele click tradicional, estilo Indiana Jones, em cima da capota do 4×4.
– Morro do Gorgulho
Também conhecido por Morro Vermelho, sua formação rochosa lembra os castelos de areia da infância enfeitados com areia molhada, fazendo “rococós”. É a última parada da expedição para um até breve, Jalapão!
Outros Passeios
Taquaruçu
A cidadezinha com 82 cachoeiras catalogadas é um polo do ecoturismo e fica a 32 km de Palmas.
Sugiro passar um dia para visitar as cachoeiras Roncadeira – com rapel de 70 m – e Escorrega Macaco, se não tiverem inclusas no roteiro do Jalapão. Caso façam parte do roteiro, tem outras 80 para visitar! Na sequência, bem pertinho dessas duas cachoeiras, fica a Fazenda Ecológica, onde, além das belezas naturais, as atrações principais são os cães que atuam como guias turísticos na trilha para a cachoeira da Arara – com rapel de 23 m. Dá para reservar o almoço de comidinha caseira com a dona da fazenda. O espaço também é pousada. Link aqui
Como ir, a partir de Palmas: Uber compartilhado – combine com os outros hóspedes, eu fiz isso e saiu R$ 35 para cada um, ida e volta, o dia todo!
Outra opção de transporte é pegar ônibus até o centro de Taquaruçu e do centro para as atrações, ir de táxi ou moto-táxi. Pergunte aos moradores, eles terão prazer em informar qual linha pegar e onde saltar.
Palmas
A sua história recente de cidade planejada, suas praias de rio – ou lagos por serem áreas alagadas, parques bem cuidados e feiras de produtos típicos da região completam positivamente a experiência do turista.
Principais pontos turísticos:
– Praia da Graciosa
A principal praia de Palmas é muito bem cuidada com seus quiosques de lanches e restaurantes, pista de caminhada e ciclovia. É também onde se encontram os flutuantes, que são embarcações disponíveis para locação para pequenos grupos, com estrutura para realizar festas. O pôr do sol na Graciosa é considerado um dos mais bonitos do Brasil.
– Praia do Prata
É o point do agito, com quiosques de petiscos e refeições na margem do lago. As mesas e banquinhos ficam dentro d’água.
– Ilha Canela
No meio do Lago de Palmas, a ilha, cujo nome se deve à profundidade da água que bate na canela, é um convite a um momento relax e refrescante. Com redes, espreguiçadeiras, mesas e banquinhos dentro d’água, em uma área cercada e reservada para o banho, é um local onde o tempo passa manso e preguiçoso. Não há limite de tempo de permanência, pode ficar quanto tempo quiser, até o encerramento dos serviços do bar e restaurante – 18 h. Sugiro se programar para contemplar o pôr do sol. O acesso é feito através de barquinhos motorizados que fazem o trajeto de ida e volta por R$ 25 – embarque e desembarque na Praia da Graciosa.
– Praça dos Girassóis
A praça central de Palmas, uma das maiores do mundo, foi construída estrategicamente para, a partir dali, ordenar o crescimento da cidade em setores Norte e Sul, Leste e Oeste. Além da sede do governo com seus jardins e das secretarias públicas, vários monumentos históricos são encontrados no complexo. É bem interessante!
– Palácio Araguaia
É muito bonito! Solicite uma visita guiada ao palácio do governo!
– Centro Geodésico do Brasil
Apesar de haver um monumento próximo à bandeira do Brasil na Praça dos Girassóis, o verdadeiro ponto central entre os extremos do Brasil fica no hall de entrada do palácio Araguaia.
– Palacinho
O museu da história de Palmas foi a primeira construção erguida na cidade e também a primeira sede do poder executivo.
– Parque Cesamar
É uma grande área verde para lazer que tem ótima infraestrutura para a prática de esportes.
– Feira do Bosque e Feira da 304
São feiras de produtos regionais e artesanato.
Quanto Custa?
Pode-se considerar um valor médio diário de R$ 450 para a expedição no Jalapão, com tudo incluso, fora as atividades extras como tirolesa, rapel, rafting e trekking.
Em Palmas o meu custo foi de R$ 100 por dia, porque fiquei em um hostel bem próximo a praia da Graciosa, o que me permitia ir à pé. Uma outra vantagem de ficar em hostel é a possibilidade de dividir despesas de transporte e alimentação com outros hóspedes, além de se fazer amizades. Link do hostel aqui
O que levar?
Além de roupas leves e itens de higiene pessoal, incluir na mochila:
– 2 peças de roupa de banho – sunga, biquini ou maiô, porque passa-se a maior parte do tempo em atrações dentro d’água
– Canga ou toalha de natação de tecido de secagem rápida para sentar no carro
– 1 camisa de manga comprida com filtro UV, porque não é permitido usar protetor solar nem repelente nos fervedouros e em algumas cachoeiras
– 1 par de tênis
– 1 par de chinelos
– Lanterna para fazer a trilha à noite
– Óculos de natação ou máscara com snorkel
– SAPATILHAS AQUÁTICAS – para as cachoeiras e para a Lagoa do Japonês, onde as pedras cortam os pés
– Boné
– Filtro solar
– Repelente
– Dinheiro – no Jalapão não tem caixa eletrônico
6 Comentários
Te
Parabéns!!!! 👏👏👏Tudo muito bem registrado com dicas maravilhosas!! De repente vou com a Tina ano q vem. Bj😘
Déa
Obrigada, Te!!! Que legal, quem sabe repito a dose e vou junto!!! 😉 Bj
Antonilza
Parabens!!!
Amei seu blog. Tudo escrito com muita clareza e riqueza de detalhes. Espero um dia lhe encontar em alguma trip.
Forte abraço.
🙋♀️
Déa
Ebaa!! Que legal!! Obrigada, Toni!! Acho que esse dia pode estar bem perto, hein!! 😉 Bj :*
Henrique Abreu
Foi maravilhoso te guiar nesta Ecotrip!!
Suas dicas ficaram sinceramente ótimas!!
Quando vamos para a Chapada das Mesas???
Déa
Henrique!!! Adorei a experiência no Jalapão e com certeza vc tem participação nisso, pela excelência dos serviços! Quero ir na Chapada das Mesas, sim!!! Abraço